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ESQUIZOFRENIA

DISCENTES: CREUZIANE CUTRIM GARCIA E  MATHEUS CORREA DE JESUS

CONCEITOS

A Esquizofrenia pode ser definida como:

- s.f. Psicose juvenil ou inicial, cujos primeiros indícios são desordens na esfera da atividade; perda da iniciativa e da atividade pragmática. Es. Qui. Zo. Fre. Ni. A. (BUENO, Silveira, 2000).

- As características diagnósticas apontadas dizem que a o aspecto essencial do Transtorno da Personalidade Esquizóide é um padrão global de distanciamento de relacionamentos sociais e uma faixa restrita de expressão emocional em contextos interpessoais. Este padrão começa no início da idade atual e seapresenta em variados contextos. Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Esquizóide parecem não possuir um desejo de intimidade, monstram-se indiferentes às oportunidades de desenvolver relacionamentos íntimos, e parecem não obter muita satisfação do fato de fazerem parte de uma família ou de outro grupo social. (DSM-IV. Draft, 1990.)

- F20.0 Esquizofrenia paranoide, F20.1 Esquizofrenia hebefrênica, F20.2 Esquizofrenia catatônica, F20.3 Esquizofrenia indiferenciada, F20.4 Depressão pós-esquizofrênica, F20.5 Esquizofrenia residual, F20.6 Esquizofrenia simples, F20.8 Outras esquizofrenias. (CID 10, 1998)

- Os sintomas negativos da doença envolvem o afeto, o desenvolvimento social e cognitivo do indivíduo. Geralmente apresenta expressão de emoções diminuída, apatia, falta de motivação, retraimento, falta de interesse em contatos sociais, pobreza de fala, etc. (MATOS; PONTES; PEREIRA, 2014)

 

BASES HISTÓRICAS

A

A Esquizofrenia é entendida como uma divisão da mente ou da personalidade, na busca pela etiologia da palavra o que prevalece são as definições levantadas pela Medicina e Psicologia, que serão explanadas a seguir de modo a definir, caracterizar e apontar o surgimento desse transtorno. Acerca da caracterização, entende-se por um tipo de psicose que na sua manifestação apresenta quadros de fantasias, repressões, alucinações, ilusões e, geralmente, perda de contato com os outros ((DSM-IV. Draft, 1990). Há quatro variedades: simples, hebefrênica, paranoide e catatônica. A esquizofrenia se caracteriza por desordens específicas do pensamento e na emoção e desordens do sistema relativo responsável pelo relacionamento com o mundo objetivo.

"O termo esquizofrenia quer dizer mente dividida (do grego skhizo = dividir + phren = mente). O termo foi criado por Breuler para designar um grupo de psicoses endógenas. Ela se caracteriza por acentuada perda de contato com a realidade, fragmentação da personalidade, formação de um mundo conceitual excessivamente determinado pelo sentimento e ocorrência de sintomas de uma deterioração progressiva." (CABRAL, 1971)

Um grave distúrbio psíquico, caracterizado pela dissociação mental, que provoca a perda de contato com a realidade.

“A esquisito é a mais grave das doenças mentais e comete cerca de 1% da população mundial. É caracterizada por psicose, isolamento social e deterioração cognitiva, que trazem muitas consequências muitas negativas no trabalho, na escola, no autocuidado, na vida independente, nos relacionados pessoais e no lazer. Embora a esquizofrenia venha sendo apresentada como entidade nosológoca única, é mais apropriado considerá-la como conjunto de síndromes distintas cuja sobreposição de sinais e sintomas resultado em um quadro clínico característico que permite o diagnóstico. Tais subsistência e sintomas, entretanto, podem ocorrer em outras entidades clínicas ou mesmo em pessoas sadias submetidas a determinados estímulos." (CID-10, 1997)

No que concerne ao histórico da esquizofrenia, SILVA (2006) destaca a importância de Emil Kraepelin, ao final do séc. XIX ao descrever a demência precoce ao estabelecer uma classificação de transtornos mentais que se baseava no modelo médico. A partir disso buscava o delineamento de doenças com etiologia, sintomatologia, curso e resultados comuns. Classificou-as como demência precoce porque geralmente começava na tenra infância e repercutia ao logo da vida do sujeito.

 

VISÕES SOBRE O TEMA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

http://abeiralethes.blogspot.com/2017/12/esquizofrenia-2.html

 

 

 

 

Na Medicina:

De acordo com o BEAR (2008), é possível entender que a esquizofrenia é um transtorno mental que tem como características a perda de contato com a realidade, perturbações de humor, pensamento, percepção e movimento. Os elementos desencadeadores dessa doença ainda não são totalmente explicados, mas as pesquisas sugerem que os fatores genéticos e ambientais são os principais elementos iniciadores do aparecimento da enfermidade.

O enfoque dado pela Medicina sempre diz respeito ao estudo das causas, tentando entender o que desencadeia o transtorno, quais áreas do cérebro são afetadas e quais medicamentos são mais eficazes. De modo geral os artigos publicados por essa área têm um recorte voltado para o biológico, porém alguns trazem outros aspectos que influenciam no transtorno, como fatores culturais.

Na Psicologia:

A esquizofrenia é uma doença crônica, ou seja, não tem cura e é progressiva. Envolve situações reais com situações imaginárias, gerando confusão na forma de pensar e agir do indivíduo portador da esquizofrenia. Geralmente o gatilho para a descoberta da doença, que é sempre diagnosticada por um médico, começa pela chamada “crise de psicose”.

Essas crises podem ser manifestadas através de ações inesperadas, pois o esquizofrênico não entende bem o que está sentindo por isso ele não fala e quando acontece a crise é por meio de ações violentas ou mesmo crises de choro, resultado dos sintomasdiversos como delírios ou alucinações.

As pessoas entendem que o esquizofrênico sofre devido aos frutos de sua imaginação ou crenças dele, mas de diferente modo pensa o próprio esquizofrênico, na cabeça dele tudo o que ele ouve ou vê é muito real.

A teoria que a esquizofrenia é uma doença cerebral há algum tempo atrás não podia ser provada, mas com o avanço da medicina, conseguiu-se provar que ao ter alucinações partes do cérebro são acionadas, sendo assim os surtos de perseguição ou ouvir vozes não é apenas fruto da imaginação e sim alguma alteração genética.

Segundo SILVA (2006), é muito provável que o paciente com esquizofrenia tenha que fazer tratamento durante toda a vida, mas isso vai depender da avaliação do médico do paciente. Contudo, tem-se observado que através do tratamento constante o paciente pode ter uma vida de boa qualidade. O papel do psicólogo no tratamento da esquizofrenia é indispensável. .

SILVA (2006) destaca que  Psicólogo trabalha no sentido de ajudar a amenizar o embotamento social que o indivíduo com esquizofrenia sofre, no que diz respeito à terapia, auxilia também a ser independente e como lidar com o outro, normalmente é feita em grupos de pessoas que também tenham esquizofrenia para que aprendam interagir entre si e se preparem para agir com pessoas na sociedade e aprender a lidar com as situações da vida. Outra parte do tratamento psicológico é a orientação familiar. A família precisa entender sobre a doença para que consigam conviver com o paciente e controlar o estresse causado pela doença. Além do tratamento psicológico, é indispensável acompanhamento médico de um psiquiatra para avaliar o uso da medicação para inibir os efeitos mais graves da doença que o impedem de conviver com outras pessoas.

 

 

 

 

 

 

 

TRATAMENTO

O tratamento da Esquizofrenia, para SILVA (2006) divide-se em Tratamento Farmacológico com Antipsicóticos tanto Típicos quando Atípicos e o Tratamento Psicoterápico. O tratamento sendo com remédios ou Psicoterapia deve focar-se em uma questão, o chamado modelo “vulnerabilidade – estresse psicossocial” modelo este que entende e coaduna tanto os aspectos biológicos quando psicossociais da doença, entendendo que os aspectos da manifestação da doença também se dão por decorrência de fatores estressores.

A pesquisa nos possibilitou a percepção mais apurada acerca do doença tanto esses aspectos: etiológico, histórico, de tratamento, etc, mas também permitiu-nos manter um olhar mais sensibilizado e voltado a história de cada um desses indivíduos, os quais possuem subjetividade e não devem ser lidos em nome da doenças mas do seu caso em específico. Carecem, também, de auxílio as famílias dos portadores do transtorno e todo o seu entorno. Pensando na perspectiva do auxílio sistêmico de toda a família foram criadas várias associações, aos quais estarão explicitadas abaixo (com seus respectivos links) bem como, os nomes de revistas específicas sobre o tema e páginas de redes sociais (Facebook e Instagram).

Visão das abordagens sobre o tratamento da Esquizofrenia

- Na Terapia Cognitivo Comportamental:

A abordagem Terapia Cognitiva Comportamental entende que a intervenção em psicóticos ocorre quando os pacientes não se adequam aos antipsicóticos, ou seja, quando há persistência dos sintomas, causando prejuízos significativos nas diversas áreas da vida dos indivíduos, pois apesar dos diversos avanços farmacológicos o tratamento ainda é bastante desafiador.

A TCC propõe, de acordo com Barreto; Elkis, (2007) uma abordagem diferente para o delírio, a qual permita que o paciente, utilizando áreas intactas do seu psiquismo, possa encontrar novas alternativas para sua crença delirante e, com isso, diminuir o impacto desse pensamento disfuncional em sua vida. A TCC diminuiu a convicção e, consequentemente, a angústia relacionada às crenças delirantes. Entendendo que cada indivíduo apresentará questões individuais que irão repercutir nos momentos de crise e no modo de vivenciar o transtorno.

De forma prática, três técnicas têm sido as mais descritas em estudos realizados pela abordagem acerca da Esquizofrenia. São elas: Técnica de Normalização (Kingdon e Turkington, 1991), Técnica do Reforço das Estratégias de Enfrentamento (Tarrier, 1987) e Técnica dos Módulos (Fowler et al., 1995). Sendo a Técnica de Normalização algo que propõe um elo entre o conteúdo delirante e a história real de vida do paciente. Fazendo um paralelo entre essas duas formas desse indivíduo existir, de modo a não entendê-lo somente sob a perspectiva da doença. Já a Técnica de Reforço das Estratégias de Enfrentamento atua de modo a:

(Basear-se) na premissa de que alucinações e delírios ocorrem em um contexto social e subjetivo e estes sintomas assumem significado somente se forem acompanhados por uma reação emocional. As reações emocionais podem, então, ser manipuladas com métodos de reestruturação cognitiva, experimentos comportamentais e testes de realidade. (BARRETO; ELKIS, 2007, p. 206)

E, por último, a Técnica dos Módulos que é constituída por seis partes, sendo elas:

Estabelecimento da aliança terapêutica e avaliação; uso de estratégias comportamentais para manejar sintomas, reações emocionais e atitudes impulsivas; discutir novas perspectivas sobre a natureza das experiências psicóticas vividas pelo paciente; estratégias para o manejo das alucinações; avaliação de pressuposições disfuncionais a respeito de si próprio e dos outros; estabelecimento de novas perspectivas para os problemas individuais e auto regulação dos sintomas psicóticos.(BARRETO; ELKIS, 2007, p. 206)

- Na Psicanálise

A escuta atenta e respeitosa do terapeuta, permite que o paciente se sinta encorajado a relatar seus sofrimentos e preocupações. A partir disto, seus relatos passam a ser mais espontâneos e o terapeuta vai identificando os momentos em que pode intervir na interpretação de conflitos. As principais ferramentas de que dispõe o terapeuta são: a informação, o esclarecimento e a interpretação.

De acordo com o KERLIN (2014), o que acontece é que os impulsos primitivos, anteriormente rejeitados e temidos pelo ego, invadem o    campo consciente, obrigando o ego a uma última defesa: a perda de coerência do pensamento ou seja, a destruição do processo cognitivo, por não suportar lidar com determinados conflitos. Impulsos primitivos, de forma geral, são tendências, desejos, sentimentos que a pessoa teme, e não admite tê-los. Na Psicanálise símbolos que são produções espontâneas da psique do indivíduo que mais do que imagens e sonhos fazem os indivíduos se fixarem em algo ao alguma coisa.  Parecem vencidos por essa invasão de símbolos e passam a ser guiados pelos conteúdos inconscientes, e se identificam com eles. Talvez pudéssemos dizer que, do ponto de vista psíquico, o esquizofrênico apresente uma capacidade de resiliência muito baixa ou mesmo ausente.

KERLIN (2014) destaca que durante a Psicoterapia não é recomendado que a pessoa com esquizofrenia deite no divã, pois eles têm dificuldades em permanecer deitados, o paciente deve escolher como e onde quer ficar. Geralmente o paciente não consegue ficar muito na sala e é difícil utilizar o método psicanalítico puro nesses casos, mas pode haver uma escuta psicanalítica. Muitas vezes o psicanalista tem que se reinventar e trazer coisas novas para ambiente terapêutico, pois é necessário que se crie um espaço para o paciente se expressar, a fala do terapeuta tem que ser clara, direta e sem enganos. O tratamento tem como objetivo a reinserção social da pessoa com esquizofrenia e ajudar a família nesse processo, ajudando o paciente a lidar com questões do dia a dia proporcionar uma vida que seja confortável e produtiva.

 

 

- Sites e comunidade sobre o assunto:

- Sites e comunidade sobre o assunto:

Filhos amados e com esquizofrenia. Sim, é possível conviver. Disponível em: https://m.facebook.com/sobreesquizofrenia/

Entendendo a Esquizofrenia. Disponível em:  

http://entendendoaesquizofrenia.com.br/website/?page_id=3785

Esquizofrenia, orientações e apoio.

Disponível em:https://m.facebook.com/groups/701212736622043

- Associações

ABRE- Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Esquizofrenia. Disponível em: http://site.abrebrasil.org.br/

Inverso - Instituto de Convivência e de Recriação do Espaço Social.Disponível em: http://www.inverso.org.br/

Movimento de Saúde Mental Comunitária do Bom Jardim (MSMCBJ).Disponível em: http://www.msmcbj.org.br/

Associação dos Familiares e Amigos dos Pacientes com Distúrbios do Pensamento do Estado de Goiás. Disponível. em: http://cnpj.info/ASSOCIACAO-DOS-FAMILIARES-E-AMIGOS-DOS-PACIENTES-COM-DISTURBIOS-DO-PENSAMENTO-NO-ESTADO-DE-GOIAS/cLIW/

Associação Londrinense de Saúde Mental. Disponível em:http://alsaudemental.blogspot.com/

 

AGAFAPE – Associação Gaúcha de Familiares de Pacientes Esquizofrênicos e Demais Doenças Mentais. Disponível em:http://ong.portoweb.com.br/agafape/

Fênix Associação Pró Saúde Mental. Disponível em:http://www.fenix.org.br/

Instituto de Psiquiatria de Santa Catarina. Disponível em:http://www.saude.sc.gov.br/geral/orgaos_vinculados/hospitais/ipsc.htm

Instituto de Psiquiatria da UFRJ/IPUB. Disponível em:http://www.ipub.ufrj.br/portal/index.php

CPRJ – Centro Psiquiátrico do Rio de Janeiro. Disponível em:http://www.informacaoemsaude.rj.gov.br/unidades-de-atendimento-tags/28184-cprj-centro-psiquiatrico-do-rio-de-janeiro.html

 

Imagens:

 

[1]Fonte: Site À Beira Lethes¹

 

Fonte: Site Diário Sudeste[2]

 

Referências:

Referências:

CABRAL, Álvaro. Dicionário de psicologia e psicanálise. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 1971.

Organização Mundial de Saúde. CID-10 Classificação Estatística Internacionais de Doenças e Problemas Relacionamento a Saúde. Universidade de São Paulo: São Paulo. v. 2, 1998.

SILVA, Regina. Esquizofrenia: uma revisão. Psicologia USP, 2006, 17(4), 263-285. 2006.

MATOS, André; PONTES, Karin; PEREIRA, Álaba. Revisão teórica da Esquizofrenia e implicações causadas pela doença na vida do portador e dos familiares. P. 1-19, 2014.

BARRETO, Eliza; ELKIS, Hélio. Evidências de eficácia da terapia cognitiva comportamental na esquizofrenia. Rev. Psiq. Clín. 34, supl 2; 204-207, 2007.

KARLIN, Maria Izabel Fernandes. Caso clínico - A esquizofrenia sob o olhar da psicanálise. Estud. psicanal.  no.41 Belo Horizonte jul. 2014.

BEAR, M. F.; CONNORS, B. W.; PARADISO, M. A. Neurociências: Desvendando o sistema nervoso. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2002.

 

 

[1] Disponível em <http://abeiralethes.blogspot.com/2017/12/esquizofrenia-2.html>

[2]  Disponível em <https://www.diariodosudoeste.com.br/noticia/mitos-e-verdade-sobre-esquizofrenia>

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