top of page

créditos da imagem: https://traumaeestresse.wordpress.com/2018/06/09/dependencia-tecnologica-e-sociedade-moderna/

DEPENDÊNCIA TECNOLÓGICA

 

AXIOLOGIA/CONCEITO/DEFINIÇÃO

De acordo com Ferreira (2001, p.209), dependência consiste no “1.Estado de dependente. 2.Sujeição, subordinação. 3. Necessidade de manter uso de drogas”. E tecnologia, de acordo com este mesmo autor, consiste no “conjunto de conhecimentos científicos, que se aplicam a um determinado ramo de atividade” (p.664).

Para a Filosofia Aristotélica, conforme Freitas (2017), a tecnologia completa o que a natureza não consegue finalizar. Ou seja, a tecnologia não somente imita a natureza conforme defendia Platão, mas é capaz de superá-la.

De acordo com Globo (1977), a sociologia define dependência como a condição de vida de uma pessoa, cujo desenvolvimento depende de forma parcial ou total de outras pessoas ou meios. Já a tecnologia para esta ciência, corresponde a um ramo de estudo da antropologia cultural que se propõe a pesquisa sobre a produção de artefatos.

Para a economia, Sandroni (2006), afirma que dependência relaciona-se a um sistema de relações, econômicas, financeiras, políticas e culturais que mantém as nações subdesenvolvidas subordinadas aos grandes centros do mundo desenvolvido, e aqui, o autor destaca que as relações de dependência construídas levam em consideração aspectos culturais, valores, consumo e comportamentos.

E finalmente, para a psicologia, a dependência tecnológica tem sido tema frequente da literatura médica atual, ganhando destaque as mídias populares, o uso patológico do computador, jogos, smartphones e da Internet, produzindo sofrimento e prejuízos graves para o indivíduo tanto no campo pessoal, quanto profissional e social, tais como, perda de emprego, mau desempenho escolar, divórcios ou rupturas de relacionamentos afetivos e familiares, isolamento social, gasto excessivo de dinheiro, descuido com a própria aparência e saúde física (FERREIRA, 2015)

Fortim e Araújo (2013, p. 294) apontam que a dependência “ocorre quando a internet se torna a atividade mais importante na vida da pessoa e domina os seus pensamentos sentimentos e comportamento”. Dentre as dependências tecnológicas estão o uso abusivo de internet, jogos pela internet e uso abusivo de celular. Como sintomas de abstinência podemos elencar “(...) as alterações do humor, irritabilidade, impaciência, inquietude, tristeza, ansiedade. Em casos extremos existe grande agitação motora, agressividade ou irritabilidade, ao não se conseguir a conexão” (FORTIM; ARAÚJO, p.295).

Nos manuais nosográficos, como o CID-10 e o DSM V da dependência tecnológica não há um diagnóstico da dependência tecnológica. Entretanto, na última atualização do CID- 11, que saiu no dia de 18 de junho deste ano (2018) foi incluída o “distúrbio de games”. Segundo a OMS (2018), esse distúrbio é caracterizado por um controle deficiente de jogos, aumentando a prioridade dada aos jogos sobre outras atividades. Para que seja diagnosticado,

“o padrão de comportamento deve ser de severidade suficiente para resultar em prejuízo significativo nas áreas pessoal, familiar, social, educacional, ocupacional ou outras áreas importantes de funcionamento e ter sido evidente por pelo menos 12 meses” (OMS, 2018).

 

SURGIMENTO DO TEMA/HISTÓRICO

 

 

 

 

créditos da imagem: https://trendr.com.br/o-quarto-bloqueio-do-whatsapp-e-a-nossa-depend%C3%AAncia-tecnol%C3%B3gica-fc9b400d4765

 

 

As evoluções tecnológicas e o uso da tecnologia ocorrem desde que o homem surgiu na terra. E desde sempre, ela esteve ligada ao atendimento e facilidade das necessidades humanas. Assim, Altoé e Silva (2005), ressaltam que desde os períodos pré-históricos o homem vem criando, recriando e inovando suas técnicas de acordo com as necessidades em cada período da história, voltadas a princípio para caçar, plantar, colher, lutar, comer e sobreviver.

 Com o passar do tempo, as técnicas vão sendo aperfeiçoadas e novos instrumentos são construídos. Como exemplo, podemos tomar a descoberta do carvão no final do século XVIII, que acabou modificando os modos de vida na sociedade, o funcionamento das máquinas, os meios de locomoção, as produções em larga escala dentro das fábricas. Após a segunda grande guerra as tecnologias tiveram um avanço como nunca antes, promovendo até a chegada do homem a lua. E para a surpresa de todos, o final do século XX foi marcado pelo boom do milênio, a descoberta da internet, instrumento que hoje nos comunica em tempo real com qualquer parte do mundo (CUNHA, 2011).

GRUPOS DE APOIO E REVISTAS DE PESQUISA

  • Grupo Delete - Desintoxicação de Tecnologias, organizado pelo Instituto de Psiquiatria da UFRJ e o Serviço do Ambulatório de Transtornos do Impulso do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. Ambos oferecem tratamento gratuito para dependentes de tecnologias, tais como internet, celulares, vídeo games e redes sociais e contam com profissionais da Psicologia e Psiquiatria;

 

  • GEAT (Grupo de Estudos sobre Adições Tecnológicas)- objetiva ajudar pais, professores e profissionais da saúde a estarem mais preparados para lidar com o desafio de criar e preparar seus filhos para um futuro imprevisível e cada vez mais tecnológico. O acesso a informações confiáveis e atualizadas sobre as implicações do uso de novas tecnologias na saúde pode facilitar essa tarefa, desde que isso ocorra de modo crítico e levando em consideração a complexidade deste fenômeno e do próprio ser humano. Fazem parte do GEAT profissionais da Psicologia, Psiquiatria e Nutrição;

 

  • Instituto Delete- Uso consciente de tecnologias que oferece serviços e produtos a empresas, creches, escolas, faculdades, hospitais, etc. afim de elaborar um trabalho educativo sobre o uso de tecnologia. São realizados treinamentos, consultoria, formação, tratamento, trabalhos de blitz digital, imersão para detox digital, detox digital a domicílio e normatização e etiquetas digitais. Portanto, funciona em três pilares: prevenção, tratamento e pesquisa.

 

O QUE A PESQUISA POSSIBILITOU?

pesquisa bibliográfica nos permitiu conhecer a dependência tecnológica a partir de uma atitude inversa ao que estamos acostumados a fazer, onde no primeiro momento procuramos compreender a etimologia das palavras “dependência” e “tecnologia” e, desse modo, aprofundarmos o nosso entendimento a partir das perspectivas das diferentes áreas do conhecimento para que posteriormente pudéssemos nos aproximar da dependência tecnológica enquanto uma patologia.

Vale ressaltar que esta pesquisa nos possibilitou ainda um momento de vivência na biblioteca, espaço este que está sendo cada vez mais deixado de lado devido às facilidades de buscas proporcionadas pela internet. E nesse movimento, percebemos como essa questão esbarra na problemática da nossa pesquisa, visto que estamos sempre tentados a buscar os meios mais fáceis e acabamos perdendo a oportunidade de estar próximo aos livros e explorar esse campo de possibilidades que é a biblioteca.

TRATAMENTO

Quando se percebe que o uso intenso de internet tem causado prejuízo significativo para o indivíduo e entendendo que as tentativas de estabelecer limites saudáveis para o seu uso não estão dando certo é preciso buscar ajuda especializada. Inicialmente uma avaliação completa para entender a extensão do problema, entender as dificuldades que esse indivíduo está passando com familiares, amigos etc., avaliar os aspectos da personalidade e os possíveis transtornos que possam estar associados, como ansiedade, depressão, déficit de atenção e que possam agravar o quadro. O tratamento não é medicamentoso, visto que, para a dependência tecnológica ainda não há nenhuma medicação aprovada, exceto nos casos em que se verifique outro transtorno, que responda bem a determinado medicamento. Deste medo, ressalta-se a importância da psicoterapia visando não abstinência completa, mas que esse indivíduo possa fazer um uso moderado, no qual consiga obter os benefícios dessa tecnologia.

 

 

LINKS DE VÍDEOS, DOCUMENTÁRIOS, FOTOS SOBRE O TEMA:

  • VÍDEOS:

CANAL Futura. Os efeitos da tecnologia nas relações humanas e novas gerações. 2015. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=DLwmdfvC_cs>. Acesso em: 19 jun. 2018.

CANAL Unifesp. Perspectivas - Dependência Tecnológica (Denise de Michelli). 2016. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=wA2n00Xwx7g>. Acesso em 20 jun. 2018.

UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI. O que é dependência tecnológica? (Iraní Tomiatto de Oliveira). 2017. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=G99kWVnAhKA>. Acesso em 20 jun. 2018.

STEVE CUTTIS. O futuro da humanidade - escravos da tecnologia. Edição: Aislan Fleury. 2017. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=l1zXyk2ct3M>. Acesso em 20 jun. 2018.

TEDx TALKS. As redes sociais e a saúde mental (Flavio Milman Shansis). 2017. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=FId-rZHdP7s>. Acesso em: 20 jun. 2018.

  • IMAGENS:

Disponível em: <https://psalm.escreveronline.com.br/proposta-dependencia-da-tecnologia/>. Acesso em: 20 jun. 2018.

Disponível em: <http://www.pesquisamundi.org/2016/06/>. Acesso em: 20 jun. 2018.

Disponível em: <https://queminova.catracalivre.com.br/incomoda/ilustracoes-questionam-dependencia-da-sociedade-pela-tecnologia/>. Acesso em: 20 jun. 2018.

 

REFERÊNCIAS:

CUNHA, Márcia. Evolução Tecnológica... A necessidade já foi a mãe da tecnologia... mas e hoje? História Corrente, 2011;

 

DIÁRIO DE NOTÍCIAS. Vício da internet já atinge 25% dos jovens. Disponível em: <https://www.dn.pt/sociedade/interior/vicio-da-internet-ja-atinge-25-dos-jovens-5783779.html.>. Acesso em: 09 abr. 2017 às 02h22;

  

FERREIRA, Ana Paula. Dependência Tecnológica. Supere - psicologia e consultoria, 2015;

 

FREITAS, Jhonatan. Filosofia da Tecnologia: breve histórico. Associação Brasileira Cristãos na Ciência, 2017;

 

GLOBO. Dicionário de Sociologia. 7. ed. Porto Alegre: Editora Globo, 1977;

 

JORNAL DO BRASIL. Uso excessivo de internet e celular podem levar ao vício. Disponível em: <http://www.jb.com.br/ciencia-e-tecnologia/noticias/2017/05/07/uso-excessivo-deinternet-e-celular-podem-levar-ao-vicio/>. Acesso em: 07 abr. 2017 às 13h21 - Atualizada em 07 abr. 2017 às 13h24.

 

SANDRONI, Paulo. Dicionário de Economia do século XXI. 2. ed. Rio de Janeiro: Record, 2006;

 

WORLD HEALTHY ORGANIZATION. Disponível em: <http://www.who.int/features/qa/gaming-disorder/en/>. Acesso em: 19 jun. 2018.

© 2018  por prof. Jean Marlos - DEPSI UFMA. Criado orgulhosamente com Wix.com

  • Black Facebook Icon
  • Black Twitter Icon
  • Black Instagram Icon
bottom of page